terça-feira, 2 de junho de 2015

Tela Viva




 TELA VIVA

 Estou a perceber...
 A entrar em transe...
 Um sentimento que fala
 Através de uma obra
 De arte feita

 Abrindo os olhos, questiono...
 Quem é o autor da criação?
 De nada me lembro
 O nada surge no meu olhar

 Choro, choro sem saber porquê
 Fiquei com astenia e tremores
 Sem poder controlar
 As forças iam-se desvanecendo
 Senti que ia desmaiar
 Estavas em minha tela
 Olhando-me fixamente
 De forma suplicante

 Sei que estás aí
 Sinto a tua energia
 Tomas a minha consciência
 Há um desespero que me inquieta
 Minha mente revela ansiedade
 De te tomar em meus braços
 E amar-te num vazio de saudade

 Há uma linha no meu trajeto
 Que me impede ultrapassar
 O terreno é inóspito
 Não estou bem neste lugar

 Preciso ouvir o teu respirar
 Não havia ar como aquele
 Em nenhum lugar
 Sentir o odor do teu corpo
 Era tão bom 
 Tão bom

 Quando me tomares novamente
 Desenha-me a mim mesmo
 Desenha a saudade que sinto
 Desenha-me em felicidade
 Que existia no nosso desejo

 Deixarei a porta aberta
 À espera para te receber
 Serás meu modelo de energia eterna
 Desenha-me a tua imagem
 Dá-me inspiração e proteção
 Para criar o meu coração

 No seu lugar está só o sítio
 Vazio, escuro e frio
 Leva-me...
 Ainda sonho contigo
 Teu perfume é o meu castigo
 Estou preso a ti
 Numa mensagem em forma de tela
 Do teu suplicante olhar
 Não tardes
 Vem pintar o meu olhar
 Olhando o teu olhar


Até Ontem

Ana Rosa

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