quarta-feira, 3 de junho de 2015

Digno Oficio



DIGNO OFÍCIO

O palhaço é um homem
Que momentaneamente 
Se despe de si... 
Da sua personalidade 
Para vestir um traje
Que a brincar... 
Nos mostre a verdade 

O seu traje 
Faz-nos viajar 
Para o tempo de infância.
Como era divertido 
Ver um palhaço! 
Aprender a verdade 
Mascarada de ignorância

No fim do espetáculo 
Despe sua roupa colorida 
Pintura, nariz vermelho
Despede-se das pessoas
Das palmas e gargalhadas 
Olha-se já com saudades 
De si no espelho... 

De idade já avançada 
Rugas e cabelos brancos
É homem de muito respeito 
Fora das luzes da ribalta

O que faz é com gosto
Não é um sacrifício
Sua casa é o circo 
Corre em suas veias 
Palmas e sorrisos 
É a sua realidade
De mais não precisa

Projeta-se nos outros 
Guarda no seu coração 
Pessoas, palmas e sorrisos 
Cada gargalhada dada
É saudade e recordação 
Dos seus ancestrais 
De tão palhaçada profissão 

Se lhe faltar o juízo
Será coisa da idade 
Há então um princípio: 
"Quanto mais doido é o palhaço...
Mais dignificado é o ofício” 

Até Ontem

Ana Rosa 

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