DIGNO OFÍCIO
O palhaço é um homem
Que momentaneamente
Se despe de si...
Da sua personalidade
Para vestir um traje
Que a brincar...
Nos mostre a verdade
O seu traje
Faz-nos viajar
Para o tempo de infância.
Como era divertido
Ver um palhaço!
Aprender a verdade
Mascarada de ignorância
No fim do espetáculo
Despe sua roupa colorida
Pintura, nariz vermelho
Despede-se das pessoas
Das palmas e gargalhadas
Olha-se já com saudades
De si no espelho...
De idade já avançada
Rugas e cabelos brancos
É homem de muito respeito
Fora das luzes da ribalta
O que faz é com gosto
Não é um sacrifício
Sua casa é o circo
Corre em suas veias
Palmas e sorrisos
É a sua realidade
De mais não precisa
Projeta-se nos outros
Guarda no seu coração
Pessoas, palmas e sorrisos
Cada gargalhada dada
É saudade e recordação
Dos seus ancestrais
De tão palhaçada profissão
Se lhe faltar o juízo
Será coisa da idade
Há então um princípio:
"Quanto mais doido é o palhaço...
Mais dignificado é o ofício”
Até Ontem
Ana Rosa
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