terça-feira, 25 de setembro de 2018

Línguas mortas




Língua morta

(...) Permanecia em tua boca
o cansaço das palavras
de somente serem palavras.
Tinhas na boca o hálito amortalhado
das línguas mortas.
em cripta sepultadas
extinguia-se em tua boca
o ultimo verbo de tua espécie
Canícula no silêncio
sílaba derrubada descontinuada
limbo, sonho
em tempo de arestas !(...)

Ana Rosa cruz


Tudo




Tudo

(...) Muitas vidas nada têm de estorvo ou embaraço!
São vigas de cimento e aço
como se chovessem diariamente
potes de melaço em seu regaço.
Tudo lhes é facilitado,
que se torna difícil a escolha de cada agrado.
Mas para quem deseja ascender às regiões mais puras,
a vida nada tem de leve, tudo é pesado e duro.
Tudo é rude, agreste e amargo...
Um galgar penoso, pedra sobre pedra, passo a passo,
golpeados pés feridos e ensanguentados!
Para atingir lugares mais altos
necessário é  pisar muitos espinhos e cardos! (...)

Ana Rosa Cruz

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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Impulso




Impulso

(...) ...sempre preferi mostrar o que sou, na hora certa
para que nunca me culpem de ter esquecido
de dizer o que não era!...(...)

Ana Rosa



Tudo




Tudo
(...) Muitas vidas nada têm de estorvo ou embaraço!

São vigas de cimento e aço
como se chovessem diariamente 
potes de melaço em seu regaço.
Tudo lhes é facilitado, 
que se torna difícil a escolha de cada agrado.
Mas para quem deseja ascender às regiões mais puras,
a vida nada tem de leve, tudo é pesado e duro.
Tudo é rude, agreste e amargo...
Um galgar penoso, pedra sobre pedra, passo a passo,
golpeados pés feridos e ensanguentados!
Para atingir lugares mais altos
necessário é pisar muitos espinhos e cardos! (...)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018




O pior de tudo

(...) O pior de tudo;
é estar só, na companhia de alguém!
Nunca se necessita de companhia
para estar sozinho!
Está-se simplesmente só!
Ou talvez, aos poucos,
 me vá perdendo e encontrando
no grande vazio de todas as coisas
totalmente cheio de pessoas,
Escondidas por detrás
de suas próprias sombras!  (...)

Ana Rosa Cruz



Coisa nenhuma



Coisa nenhuma

(...) Na hora negra e grave,
quando o mundo sobre nós pesa
Duvidando de tudo, 
até de nossa própria presença na terra!
A cada ponto final, a letra primeira,
é pequena, de incerteza, 
em reticências transformada!
Questionando, se teremos ou não, 
no dia que virá,
mesa farta e não somente, 
pão e água.
Á muito que se apagou, 
a luz da vela 
A cera enrijecida adormeceu como pedra 
Derramando-se no cansado 
tempo vago da mesa cega
Deixando no ar uma escuridão acesa, 
Abafando o som, 
dos ideais em descrença. 
Fazendo-se espera, 
o vacilar nossa existência!
As mãos unem-se, 
entrelaçando os dedos
Prendem-se uma às outras num rezar aceso
Cada instante nada mais é, 
que incerta e regra negra! 
Desenham-se-nos na alma 
difusas imagens,
Sem clareza, sem pés nem cabeça! 
subtis inúteis, sem deste fato, 
termos consciência!
Um suceder de meros acasos, 
despertando o consciente, 
de nossa própria inconsciência!...
Aos tempos que se adivinham 
decididos e resolutos, 
Abolindo antros e cavernas inúteis 
antepondo o real valor do absoluto
em nossa mente mórbida, já defunta!
Abre-se a uma eternidade negra,
confundindo demência, 
com glória e absurdo 
Mergulhando em poço profundo, 
repleto de lodo nauseabundo!
Um permanecer de triste e longo luto
Enquanto não deixarmos
 nossa alma aberta 
Nossa certeza será coisa nenhuma!
Resposta que jamais gostaríamos de ouvir
e talvez a mais… que mais que certa!
Nossa vida jamais passará, 
de mera pergunta! (...)

Ana Rosa



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