Rudeza
(...) Vá!...
Faz-te à
vida minha filha
Tens uma
vida p'la frente.
E em tuas
veias a maresia a pulsar
Cresce, tens
muito que palmilhar,
tens que
aprender a abarcar!
Saber cruzar
as mãos no peito
e deixar a
tempestade passar...
A morte está
prometida!..
Brevemente
deixarão meus seios,
de ter leite
para te alimentar.
Mesmo que
viver te pareça um dia,
algo fétido,
áspero e enegrecido,
como cinza
ardida.
Não chores!
As lágrimas
têm gosto a sal
e para
salgado, bem basta o mar!
Olha e com
ele aprende!...
Ele sabe dar
mais, do que tirar!
Nele
encontrarás engenho que te sirva.
Amanhar
peixe e redes consertar,
Esta será
tua sina!
O que está
escrito, jamais se poderá apagar,
mesmo que
por muitas mulheres finas,
esta vida,
seja rejeitada e cuspida!
Só tens que
a honrar,
nunca dela
te envergonhar!
Muitas não
sabem a alegria ou o prazer,
que o
pescador tem ao ver
o peixe
debatendo-se nas redes
quando
acabado de pescar .
Teu pai e
teu irmão lá andam,
mesmo que
não gostem de lá andar,
para que
entre teus dentes,
pão tenhas
todos os dias para mastigar!
Se algum dia
eles se forem,
o mar é a única
herança
que eles nos hão de deixar! (...)
Ana Rosa Cruz
crz@Direitos reservados
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