segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A Morte







Demora-te





DEMORA-TE

Demora-te em mim meu amor
Despe-me... 
Com o silêncio dos teus dedos
Beija-me com tua demora
Estes meus lábios dormentes 
Demora-te em mim mais um momento
Molda-me à tua imagem, 
Como se me moldasses em areia molhada 
Acaricia-me com teus dedos levemente
Como se eu fora areia quente
Entrego-te minha chave
Abre a minha intimidade
Encontrarás em mim um poema vivo
Com corpo e alma.
Rosa alva, pronta a ser desfolhada
Declama o poema que de mim tomaste 
Tua serei eternamente
Em todas as infinitas alvoradas

De ti estou sequiosa
Vem matar minha sede
Neste belo e grande momento 
Degustaremos o néctar dos Deuses.
Que se misturem nossos cheiros
Acaricia com ternura 
Meus longos cabelos negros
Explora os meus segredos
Há muito que te espero
Para que todos os desvendes.
Nesse teu retido beijo 
Sinto o teu ansioso desejo
Preciso do teu corpo junto ao meu
Nosso clímax será verdadeiro apogeu
Com música da lira de Orfeu

Demora-te ao amar-me
Ama-me como onda do mar
Onda que vem e vai, vem e vai
Quando saciados nossos desejos
Demora-te em mim um pouco mais
Ainda nos resta tempo
Para nos esvairmos em beijos.
Mesmo cansados, demora-te em mim.
Deita a cabeça em meus seios molhados
Bebe neles todo o sabor salgado
Do suor de nossos corpos excitados
Rostos ruborizados repletos de felicidade
Ao amarmo-nos desta forma
Aos deuses fica provado
Que nosso amor é arte

Até Ontem

Ana Rosa




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