segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Coisa nenhuma



Coisa nenhuma

(...) Na hora negra e grave,
quando o mundo sobre nós pesa
Duvidando de tudo, 
até de nossa própria presença na terra!
A cada ponto final, a letra primeira,
é pequena, de incerteza, 
em reticências transformada!
Questionando, se teremos ou não, 
no dia que virá,
mesa farta e não somente, 
pão e água.
Á muito que se apagou, 
a luz da vela 
A cera enrijecida adormeceu como pedra 
Derramando-se no cansado 
tempo vago da mesa cega
Deixando no ar uma escuridão acesa, 
Abafando o som, 
dos ideais em descrença. 
Fazendo-se espera, 
o vacilar nossa existência!
As mãos unem-se, 
entrelaçando os dedos
Prendem-se uma às outras num rezar aceso
Cada instante nada mais é, 
que incerta e regra negra! 
Desenham-se-nos na alma 
difusas imagens,
Sem clareza, sem pés nem cabeça! 
subtis inúteis, sem deste fato, 
termos consciência!
Um suceder de meros acasos, 
despertando o consciente, 
de nossa própria inconsciência!...
Aos tempos que se adivinham 
decididos e resolutos, 
Abolindo antros e cavernas inúteis 
antepondo o real valor do absoluto
em nossa mente mórbida, já defunta!
Abre-se a uma eternidade negra,
confundindo demência, 
com glória e absurdo 
Mergulhando em poço profundo, 
repleto de lodo nauseabundo!
Um permanecer de triste e longo luto
Enquanto não deixarmos
 nossa alma aberta 
Nossa certeza será coisa nenhuma!
Resposta que jamais gostaríamos de ouvir
e talvez a mais… que mais que certa!
Nossa vida jamais passará, 
de mera pergunta! (...)

Ana Rosa



http://poesiasopoesia.blogspot.pt/


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