ROSA DOS VENTOS
Deixei marcas
Para que não me esqueças
Para que me encontres
Deixei pistas de nós
Invisíveis a olho nu
Espalhadas no teu corpo
Em forma de sentidos
Que despertei em ti
Num só segundo
Deixei sentidos
Que só tu compreendes
Deixei-te uma nova visão
Que sentes e escondes
Deixei em ti
Um tácito conforto
Que engana qualquer um...
Tens a marca do vício
Está lá!...
Mas não revelas
Quando te miras e remiras
Tentas esconder-te delas
No silêncio implícito
Com a sensação de que escondes
"A caixa de pandora"
Que jamais será encontrada.
Engano teu!...
Tens marcas... sensíveis
De esperança
Essas marcas aparecem
Quando teu corpo é beijado
Pela chuva de lembranças
E te aperta o que vestes
Sonho ver-te acariciada
Imagino beijar tua boca
Ficando com o teu sabor
A limonada...
O estigma aparece
Tens em teu corpo uma marca
Um mapa que mostra
Até onde foi o nosso amor
Norte, sul, este, oeste
Tens contigo
A rosa dos ventos
Em palavras cruzadas
Que escondem vícios
Eloquentes e permanentes
Em vidas afastadas
De olhos fechados
Conheço todo esse mapa
Tem desenhos em relevo
Para que em caso de cegueira
Possa teu corpo tatear
E encontrarmo-nos em nosso amor
Uma corrente de ar nos afastou
Viajamos perdidos no mundo
Separados...
Cada traço desenhado
Quantifica o nosso amor
Cada palavra ou desenho
Significa desejo e ansiedade
De nos descobrirmos nesse mapa
Que contigo carregas
Tenho esperança de te encontrar
Já não te procuro
Não faço mais planos
Já não me interessa o mapa
Nada me interessa
Nem as exatas ciências
Quero só ter tua alma
Com ela não preciso de mapa
Sigo os meus sentidos
E o aroma a limão
Sei que estás perto
Segui a magia daquele cheiro
Que anda perdido
Sigo-te!...
Tu...
Acaricias-te...
Para matares a saudade
Acaricias-me
Nas marcas que te dei.
Até Ontem
Ana Rosa
Sem comentários:
Enviar um comentário