terça-feira, 2 de junho de 2015

Rosa dos Ventos





ROSA DOS VENTOS

 Deixei marcas
 Para que não me esqueças
 Para que me encontres
 Deixei pistas de nós
 Invisíveis a olho nu
 Espalhadas no teu corpo
 Em forma de sentidos 
 Que despertei em ti

 Num só segundo
 Deixei sentidos 
 Que só tu compreendes 
 Deixei-te uma nova visão 
 Que sentes e escondes
 Deixei em ti 
 Um tácito conforto
 Que engana qualquer um...

 Tens a marca do vício
 Está lá!...
 Mas não revelas
 Quando te miras e remiras
 Tentas esconder-te delas
 No silêncio implícito 
 Com a sensação de que escondes
 "A caixa de pandora"
 Que jamais será encontrada.

 Engano teu!...
 Tens marcas... sensíveis
 De esperança 
 Essas marcas aparecem
 Quando teu corpo é beijado
 Pela chuva de lembranças 
 E te aperta o que vestes 
 Sonho ver-te acariciada 
 Imagino beijar tua boca
 Ficando com o teu sabor 
 A limonada... 

 O estigma aparece
 Tens em teu corpo uma marca
 Um mapa que mostra
 Até onde foi o nosso amor
 Norte, sul, este, oeste
 Tens contigo 
 A rosa dos ventos
 Em palavras cruzadas
 Que escondem vícios
 Eloquentes e permanentes
 Em vidas afastadas

 De olhos fechados
 Conheço todo esse mapa
 Tem desenhos em relevo
 Para que em caso de cegueira
 Possa teu corpo tatear
 E encontrarmo-nos em nosso amor

 Uma corrente de ar nos afastou 
 Viajamos perdidos no mundo 
 Separados... 

 Cada traço desenhado
 Quantifica o nosso amor
 Cada palavra ou desenho
 Significa desejo e ansiedade
 De nos descobrirmos nesse mapa 
 Que contigo carregas

 Tenho esperança de te encontrar
 Já não te procuro
 Não faço mais planos
 Já não me interessa o mapa
 Nada me interessa
 Nem as exatas ciências
 Quero só ter tua alma 
 Com ela não preciso de mapa

 Sigo os meus sentidos
 E o aroma a limão
 Sei que estás perto
 Segui a magia daquele cheiro
 Que anda perdido
 Sigo-te!...

 Tu... 
 Acaricias-te... 
 Para matares a saudade
 Acaricias-me 
 Nas marcas que te dei.


Até Ontem

Ana Rosa

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