quinta-feira, 4 de junho de 2015

Arca



ARCA

Fotografo-te
Imagem de ti capto
Prendo-te num espaço
Como se num vazio flutuasse 
Repleto de tudo e nada 
Passado que fala 
Transparências de tudo 
Somado a mais nada

Alma sedenta guardada
Numa velha arca
Corroída pelo tempo 
Onde se escondem relíquias 
Dum precioso tesouro da alma
Palavras de ouro e prata 
De cor enegrecida pelo tempo
Tempo de pontos negros
Obsoleto silêncio 
Letras em rodapé de cor preta 
Norma ignorante aclamada 
Completa sabedoria silenciada
À hora errada
Guardada em gaveta fechada 

Sabedoria da alma
Escrita em letras e palavras
Palavras que não seguiram
O ritmo do vento
Tornaram-se em ventania 
Em arca trancada

A arca à chave se trancou
Corpo à morte se entregou
Palavras já não escreve
Flutuante alma
Espirito leve e esvoaçante
Que muito encanta
Que somente pensa
Em palavras de transparência
Que na arca guardou
E que alguém achou
E para o vento lançou
Palavras da alma
Tiradas da velha arca

Até ontem

Ana Rosa

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