ENVOLVÊNCIAS
Que envolvência encantadora
Encantas-me sem que eu queira
Enganas-me com teu encanto
De todo o feitio e maneira
Encantas-me com habilidades
Duma magistral feiticeira
Por ti tudo faço
Mesmo que não queira
És engano que engana
Com grande astúcia
Levas-me a cometer erros
Sem pensar que o são.
Erros que não têm perdão
A cometer loucuras
De maldade pura
És mulher que engana
De forma sábia
Muito madura
Tens preceito de candura
Em eliminar muros e barreiras
Com mentiras de sábias verdades
És pura maldade
Aragem envenenada
És envolvência certeira
Com temperamento bífido
Que de ti fazes oficio
És agonia
És história de mitologia
Que envenena
De forma amarga e fria
Sem remorsos
Nem arrependimentos
Tuas histórias perdem-se no tempo
Matas o tempo
Com diabólicos pensamentos
E misturas de alquimia
Mudaste meu tempo
São teus todos os momentos
Desta minha vida
Há somente horas
Sem minutos e segundos
Envolves-me com teu encanto
Já não sei quem sou eu
Nem se minha alma
É tua ou minha
Tua bífida língua encanta
Tens um maligno assobio
Que tomo por bela melodia
E que me domina
És tudo o que eu não queria
És maldade e mentira
Aos poucos tudo me tiras
A vontade própria e auto estima
Depois de tudo me tirares
Não passo de um mero farrapo
Mordeste-me com tua maldade
Teu poderoso veneno
Espalhou-se no meu corpo
Morro assim lentamente
Olhando para ti.
Olhas-me fixamente
Em espera serena
Para que te entregue
O meu último suspiro
És uma mulher que encanta
Amas e depois matas
Liquidas tuas presas
Duma forma lenta
És lenda mitológica
Que ama de forma ilógica
És a verdadeira serpente
Até Ontem
Ana Rosa
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