terça-feira, 2 de junho de 2015

Mente Nebulosa



MENTE NEBULOSA

Provo sentidos...
Com lágrimas vertidas
Lágrimas engolidas 
Com amargura de fruta azeda
De onde me saem letras
Com certezas inacabadas
De vazia alma...
Que formam palavras amargas

Palavras que envenenam 
Amargamente me desfaço
Em sons adocicados 
Fingindo doçuras
Onde reinam pecados
Pecados de raiva
Que formam novas palavras
De tamanhas amarguras...

Leio todas as lágrimas
Faço contas de contos de fadas 
Junto o som de cada vogal 
Subtraio algum erro 
Que me pareça estar mal 
Nem tudo me parece bem!
Assim escrevo palavras amargas...

As letras de poemas
São amargos sentimentos
Apertadas algemas
Duma autenticidade extrema
Fugidias... fogem ao tema
Frutas comidas ainda azedas
De que não me lembro o nome

Esqueci-me da minha idade
Cheguei ao termo da confusão
Recordo só o passado
O presente é amargo
O futuro não está na minha mão

Porque me sinto assim?
Ponho à mostra o que há
De mais amargo de mim 
Por vezes sem o saber!
Hoje não estou nos meus dias
Porque não me acho neles

Onde estou?
Que faço aqui?
Que fizeram? 
Para ser amarga assim...
Tenho de me continuar
Dentro da minha limitação...

A brancura da neve
Encobrirá minha natureza
Minha mente ficará branqueada
Ficarei fria!
A neve não derreterá
Confundir-me-ei 
Com todas as estações do ano!

Até ontem

Ana Rosa

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