Desabafo

DESABAFO

Não tenhas medo de ti

Conta-me quem és

Que tua expressão se revele

Que de tua boca possa ouvir

O que há tanto queres falar

Diz-me por onde andaste

Com quem falaste

Com tom suave ou amargo

Quais são os teus símbolos

Como são as tuas tatuagens

Que mágoas tens

E o que fazes ao teu corpo

Abre a porta do teu pensamento

Abre a tua alma

Conta-me... 

Quantos são os remendos

Quantas vezes foste feliz

Quantas vezes recusaste

Necessidades que tinhas

De pobreza envergonhada

Quantas vezes tiveste que amar

Mandada pela necessidade

Quantas vezes te deste

Para tapar uma falta

Repartiste-te!

Para acalmar a alma

E dar a entender 

A sensação de calma

Diz-me se alguma vez 

Foste mulher inteira

Desabafa tuas perdas

Estarei aqui sempre!

Sou o teu saco... azul

Até Ontem

Ana Rosa