quarta-feira, 3 de junho de 2015

Sopro de Vida



SOPRO DE VIDA

Divido-me em cada dia
Espalho-me por onde passo
Pedaço a pedaço
Ensino como é a vida
Pena que meu tempo seja escasso

Cada dia é um novo momento
Cada momento tem as suas alegrias
Alegrias verdadeiras
E não meras fantasias

Não me divido em enganos
Acarinho toda a gente
Gente pobre e carente
Sem medo de dizer
Que nada sabe
Não mentindo no que sente

Divido-me em pedaços de amor
Alimento almas com dor
Almas geladas ao abandono
Como algo usado sem valor
Que não conhecem a palavra calor

Divido por mendigos pedaços de pão
Não cabe na nossa imaginação
A sua forma de vida
Vida mendiga, vendida
Onde só cabe aflição

Com olhar suplicante
De mão aberta estendida
Faz estremecer meu coração
Matar a fome seja a quem for
É de todos uma obrigação

Viemos ao mundo numa missão
Dar carinho, amizade, calor e pão
Dando um pouco de nós em tudo
O que fizermos renovar-se-á
Em cada doação
Doação de mão para mão

Divido-me por pessoas
Vejo nelas o meu sorriso
A alegria que sentiria
Se recebesse uma doação
Carinho, amizade e pão
Qualquer conceito que seja
Sem nenhuma contradição
Ou segunda intenção

Enquanto houver vida em mim
Não faltará a quem me procure 
Um ato de solidariedade
Ato dado por inteiro

Doar é dar ao vento
Dar vida a quem a vida foge
Vida que foge sem alento
Doar é dar-se a cada momento 
No espaço onde o tempo é pequeno
Doar é altruísmo
É dar sem saber para quem
É dar vida a quem não a tem
É não deixar o outro no limite
É não deixar que uma vida acabe
Doar é amarmo-nos no outro
É dar algo de nós a alguém
Mesmo que esse alguém
Não seja teu amigo ou conhecido
Doar é um ato de amor infinito

Ensinando uma pessoa a "ser"
Muitos receberão dádivas
Do que ensinamos a dar
Quem sabe dar
Sabe ser!

Tenho uma caixa de berlindes
Chamo-lhe a caixa dos conceitos
Amizade, carinho, felicidade e amor
Entre muitos outros
Tenho a coleção quase toda
Falta-me nela dois berlindes
Que há muito os perdi
São a "força" e a "esperança"
Ultimamente jogo com o "medo"

Aceitam-se trocas!

Até ontem

Ana Rosa - 10.04.2015 - Portugal

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