terça-feira, 2 de junho de 2015

Bondade de Brilhar




 BONDADE DE BRILHAR

 Se pensas ser generosa
 Retira os teus brios de aparência
 Maquilhagem e roupas de bom corte
 Deixa-te ficar com a dignidade
 Despe-te de ti própria
 Como se fosse a última vez
 Que te vestes.

 A quem estás a fazer bem
 É mais feliz a dar-te
 O pouco que nada tem

 Olha, olha!...
 Não sofrem...
 Por não ter o supérfluo
 Sofrem por falta de pão!
 Sofrem ao olhar dentro de ti
 Ao ver o teu negro coração

 Mãos abertas e de poucas palavras
 Acarinhei e fui acarinhada
 Fiquei!
 A casa da rua sem pintura
 Aleluia!...aleluia!...

 Não sou mais um visitante
 Deste lugar
 Sem ilusão e arrogância.
 Para a vaidade não há esperança

 Há um bem estar de carência
 Um beijo de violino ao recolher
 Um papelão para aconchegar
 A penitência de vento e chuva
 É uma benção
 Não uma maldição.

 Neste lugar, a solidão não tem
 E nunca terá lugar


Até Ontem

Ana Rosa

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