quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vigilante




 Vigilante

 Vigio os meus sonhos
 Com armas e varapaus
 Que o meu sono não desperte
 Que a minha consciência não se revele
 Neste distúrbio paralelo

 Estou de vigília ao convés
 Controlo ventos e marés
 Quero controlar meu navio
 Não que ele me controle a mim
 Mas fazê-lo não consigo

 O sono desperta o meu sonho
 Sonho com lucidez
 Sonho sabendo disso
 Parece tudo tão real
 É aterrorizador,
 Sentir dor no meu sonho

 Querer respirar e não haver ar
 Sentir o pavor da queda
 Sonho que queima as entranhas
 E eu, sem me poder mover

 Estou a arder e a ver-me arder
 Quero correr mas não posso
 Há correntes a prender-me
 Estou paralizada em mim mesma

 É uma autêntica realidade!
 Não é um pesadelo
 É uma paralisia do sonho no sono
 Um sonho, lúcidamente acordado
 No meu sono

Até Ontem

Ana Rosa

Sem comentários:

Enviar um comentário