Vigilante
Vigio os meus sonhos
Com armas e varapaus
Que o meu sono não desperte
Que a minha consciência não se revele
Neste distúrbio paralelo
Estou de vigília ao convés
Controlo ventos e marés
Quero controlar meu navio
Não que ele me controle a mim
Mas fazê-lo não consigo
O sono desperta o meu sonho
Sonho com lucidez
Sonho sabendo disso
Parece tudo tão real
É aterrorizador,
Sentir dor no meu sonho
Querer respirar e não haver ar
Sentir o pavor da queda
Sonho que queima as entranhas
E eu, sem me poder mover
Estou a arder e a ver-me arder
Quero correr mas não posso
Há correntes a prender-me
Estou paralizada em mim mesma
É uma autêntica realidade!
Não é um pesadelo
É uma paralisia do sonho no sono
Um sonho, lúcidamente acordado
No meu sono
Até Ontem
Ana Rosa
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