A PAZ
O que é a paz?
É a destruição total
Onde não restam seres vivos
As pessoas foram engolidas
Estão no meio dos escombros
Não há um gemido
Há sim um profundo silêncio
Nem uma alma se ouve
Ninguém diz que nada gosta
Não há nada para gostar
Já não há porque mentir
Pois não há nada para esconder
Não há fome
Nem há nada para comer
Só há cheiro a fumo negro
A cor é sinónimo de nada
Tudo se queimou e acabou
O céu é todo cinza
O sol não ilumina
Não há nada para iluminar
Já não há amor
Ninguém precisa ser amado
A água está poluída
Ninguém tem sede
Tudo é cinzento
As cores foram destruídas
Há corpos queimados
Tudo desabou em segundos
Foram-se as quimeras
A esperança é um punhado de cinzas
O ar é irrespirável
A guerra arrasou nações
Tudo se desfez em explosões
Acordei...
Que horrível pesadelo
Senti falta de ar
Tremia de pavor
Escrevi num papel
O que estava a sentir
Antes que este pesadelo
Passasse a ser um mero sonho
De manhã ao sair de casa
Olhei para o sol
O céu estava limpo
Havia vida na rua
Tudo era esperança
Lindos sorrisos de criança
Havia uma forte razão em mim
Para gritar ao mundo
Vamos a tempo de conseguir
O que não está bem
Mudar decisões
Fazer acordos
Ter paz
Estamos vivos!...
Enquanto há vida... há esperança
Que o homem, não perca a razão
Que não se destrua
Com a sua ambição
Não desperdicemos este pesadelo
É o reverso da medalha
A paz é um conceito de pureza
Pode ser considerado utópico
Mas é possível
Tem de ser possível!...
O mundo tem o direito à paz
Até Ontem
Ana Rosa
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