sábado, 23 de maio de 2015

A Paz




 A PAZ

 O que é a paz?

 É a destruição total
 Onde não restam seres vivos
 As pessoas foram engolidas
 Estão no meio dos escombros
 Não há um gemido
 Há sim um profundo silêncio
 Nem uma alma se ouve 
 Ninguém diz que nada gosta
 Não há nada para gostar
 Já não há porque mentir
 Pois não há nada para esconder

 Não há fome
 Nem há nada para comer
 Só há cheiro a fumo negro 
 A cor é sinónimo de nada
 Tudo se queimou e acabou
 O céu é todo cinza
 O sol não ilumina
 Não há nada para iluminar

 Já não há amor
 Ninguém precisa ser amado
 A água está poluída
 Ninguém tem sede
 Tudo é cinzento
 As cores foram destruídas
 Há corpos queimados
 Tudo desabou em segundos
 Foram-se as quimeras
 A esperança é um punhado de cinzas
 O ar é irrespirável
 A guerra arrasou nações
 Tudo se desfez em explosões

 Acordei...
 Que horrível pesadelo
 Senti falta de ar
 Tremia de pavor
 Escrevi num papel
 O que estava a sentir
 Antes que este pesadelo
 Passasse a ser um mero sonho

 De manhã ao sair de casa
 Olhei para o sol
 O céu estava limpo
 Havia vida na rua
 Tudo era esperança
 Lindos sorrisos de criança
 Havia uma forte razão em mim
 Para gritar ao mundo

 Vamos a tempo de conseguir
 O que não está bem
 Mudar decisões
 Fazer acordos
 Ter paz
 Estamos vivos!...
 Enquanto há vida... há esperança

 Que o homem, não perca a razão
 Que não se destrua
 Com a sua ambição
 Não desperdicemos este pesadelo
 É o reverso da medalha 

 A paz é um conceito de pureza
 Pode ser considerado utópico
 Mas é possível
 Tem de ser possível!...
 O mundo tem o direito à paz

Até Ontem

Ana Rosa

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