segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mãe




MÃE

 Que saudades de ti
 Fazia traquinices
 Olhavas-me docemente
 Com teu olhar presenteiro
 Repreendias-me severamente
 Ensinaste-me tudo o que sabias
 Como eu fora teu amor primeiro

 Recordo-te sempre
 Em especial nesta data
 Como uma heroína.
 Tua alma está livre...
 Teu corpo jaz noutra morada
 Tua linda imagem
 Será sempre velada

 Sinto a tua companhia
 És o meu anjo da guarda
 Andas comigo noite e dia
 Por vezes sinto-me só
 Nunca me senti abandonada
 Lembro-me dos teus cabelos
 Brancos e belos
 Fios de pura prata 
 Autêntica filigrana

 Lembro-me dos teus carinhos 
 Tua mão firme e sedosa
 Sentia em ti segurança
 Firmeza na tua voz melodiosa
 Segurança de matriarca
 Com profecia bem amarga...

 Herdei o teu carisma
 O teu brasão
 O teu sinal
 A tua marca 
 A tua espada
 Que não conseguiu vencer 
 A batalha final

 Os heróis...
 Não são os que uma vez venceram
 Os heróis...
 São os que diariamente lutam
 Para viver um dia de cada vez
 Com intensidade 
 Eternizando cada segundo
 Em cada hora ou minuto
 Como se fosse a última vez
 Que levantam a sua espada

 Espada de vida
 Prestes a ser vencida
 Os heróis...
 Jamais se esquecem
 Sinto falta de ti... mãe

 Deixo na tua morada
 A luz de uma rosa amarela
 Era para ti e é para mim
 A rosa mais bela...

 Ao escrever este poema
 Não suportei a lembrança
 Chorei...
 Sinto muito a tua ausência...
 Minha querida Mãe

 (Em memória de minha Mãe)

Até Ontem

Ana Rosa

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