sexta-feira, 15 de junho de 2018

Pássaros de fofo



Pássaro de fogo

(...) Perto do sujeito, 
desperta a alma, do verbo. 
A estame de flor
o pássaro de fogo, 
reclamando do mundo 
a tal promessa
Voando lá longe, 
na linha do horizonte, 
Ardendo cá dentro, 
como um regresso
na finitude do universo. 
No crepúsculo empoleirado 
em galhos surpreso, 
suspirando o prometido 
complemento direto,
Como se tudo 
se enchesse de presente, 
no sentido inverso
Num olhar resignado
tudo vai humedecendo 
Mas se tuas mãos de veludo 
ai deslisarem, 
Das vogais e consoantes 
se fariam palavras! 
A vida repleta é de segredo, 
chego até sentir pavor e medo, 
sempre que em mim próprio 
entro e estremeço
Como se tudo 
eu me conseguisse ganhar
em cada verso 
que me vou perdendo! (...)


Ana Rosa








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