Pacto
(...) São rosas, são cravos
Flores vindas ao mundo,
Diamantes puros
Em nossos braços plantados
Dunas sedentas, fazendo birras
Absorvendo ternuras em areia lisa e fina
Dormitam entre bordados de cambraia
Linho enlaçado, entre dormentes dálias
O centro do mundo,
Bocadinhos de gente, novelo de fio de renda
sem ainda serem rendados...
Ardência em crescimento
vai trepando fundindo o tempo
Moinho de vento, chorando e dobrando risos
os entremeios do dia,
em doces e ternos movimentos...
Ócio em ternurenta ceara
Sangue de meu sangue,
carne de minha carne!
Fruto verde, inseguro, frágil
crescendo com ele a doçura dos minutos
Cedendo ao gosto inclinado da tarde
São sonhos de futuro,
Barquinho de papel
Navegando adormecido
p'lo balançar em mar alto...
Na curva do um lençol limpo, imaculado
Desfazendo o sono, sonhando a par
nos devagares d'um rastejante caracol...
Sob os olhos atentos e mornos, doce como mel,
embalando o berço
com braços de um raio de sol. (...)
Ana Rosa Cruz
Arte Kemal Kamil
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