terça-feira, 24 de julho de 2018

Palavras mortas


Palavras mortas


Apodrecia a estadia do sol,
primaveras sombrias.
No chão os frutos caíam
poderiam até ser folhas
tal como o cair de  pétalas de aves
de tua mão delicada e breve.
Nunca vi germinar flores
dos dedos que não possuías
simular a ternura
de um gesto que temias...
Permanecia em tua boca
o cansaço das palavras
de somente serem palavras.
Tinhas na boca o hálito amortalhado
das línguas mortas.
Vivam as mulheres desconhecidas
que interrompem as estações
em amanheceres de nevoeiro
esbatendo-e seus olhos brilhava decidida
perfurava aqlhes as rugas do rosto.
A espuma duele imenso vazio,
de punho erguido,
as palavras erguiam-se
entre a multidão se perdiam
entre o sol onde primaveras apodreciam
libertando-se de todas as teorias
egrégias do seu marcado destino!

Ana Rosa Cruz






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