domingo, 15 de janeiro de 2017

Sublime





SUBLIME

(...) Quando se ama de verdade 
Tudo se dá
Sublime é amar!
Amar, é caminhar sem distância 
É uma entrega sem igual
Tão grande como vaga
P'los sentidos dispersa...
P'la alma amparada
Barco que no mar navega
Deslisando tranquilamente,
Cavalgando em ondas de brilho
Como azuis cavalos marinhos
Deixando-se ir, sem destino
Sem recear a descida das marés
Num exaltado e secreto sentimento
Que à vida da sentido...
Suaves ondas de carinho
Transbordando em apelos de espera
É vento derramado num copo
Antevendo sede e a saciar,
Em momentos de seca
Ardência de movimento
Vela rasgando o vento
Para porto quente atracar!
Dedos que nos corpos deslisam
Devagar...numa entrega faminta
Sem nunca se saciar.
Plantar fiadas de brancas rosas
Nas profundezas do mar
Abrindo arcos de vida 
Que jamais se poderão encerrar
É pedra sobre pedra
Autêntica esfera armilar.
Memória de bocas sedentas
Línguas que caminham no beijo
Num manso e suave deslisar
Bainha do cuspo
Tal espuma do mar
Em bocas entreabertas.
Esperando o beijo chegar
Navio que naufraga
Nas profundezas do oceano
Morrendo e se perdendo
Num ruído gemido
Em ondas de pétalas...
Nadam ai já esgotados
Espasmos de silêncio...(...)

Até Ontem

Ana Rosa Cruz

Arte: Internet






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