Querer
(...) queria tanto embalar-te no meu peito
meu ventre não te alcançava
queria dar-te todo o amor
que dentro de mim existia
e nele não cabia
queria contar-te histórias
de reis, rainhas e contos de fadas
queria dar-te vida e tudo o que tinha,
todas as coisas que eram minhas
queria que existisses,
como milagre de minha vida
queria ensinar-te a escrever e contar
pegar em tua mão pequenina
acalmar teus choros e birras
queria que simplesmente existisses,
para te mostrar, como é existir
na vida de uma mãe
mulher sem um filho, não é ninguém
...e tu não vinhas!...
comecei a amar incondicionalmente
todas as crianças do mundo,
como fruto do meu ventre...
como sangue do meu sangue,
como se fossem todas minhas!
na esperança que viesses um dia!
Até Ontem
Ana Rosa Cruz
Arte: Carolina Serpa Marques
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