quarta-feira, 30 de março de 2016

O Verbo




O VERBO

Peço perdão!
Flagelei teu corpo
Ofereci-te cinco estigmas.
Em teu olhar mortiço,
Vi tua expressão divina
Um sorriso mudo
Com um poder absoluto
Sorriso sentido ao beberes
O sangue de tuas feridas
Pediste a teu Pai
"Que te livrasse de tal cálice"

Vieste ao mundo sem pecado
Por homens feitos à tua imagem
Foste por eles crucificado
Ensinaste-lhes tuas profecias
A todos deste a razão de ser
Por amor assim proferiste:
"Perdoa-lhes, meu Pai...
Não sabem o que fazem"
Sempre e a todos deste
"O pão nosso de cada dia".
Com teu sacrifício
Corrigiste os erros do mundo

Limpo tuas feridas
Repletas de sangue
Com pano de linho branco
Imaculado e molhado
Com puro linho, limpo
Tuas lágrimas sofridas e amargas
Os homens teu sorriso apagaram
Com ambição, ódio e raiva!

Cinco estigmas infligi-te na carne
Todos os homens do mundo,
Premiaram tua bondade
Com dolorosa coroa de espinhos
Bem aguçados...

De mão no peito
E coração despedaçado, digo:
"Minha culpa, minha tão grande culpa"
Em teu sepulcro, deixo assim gravado...
"AQUI JAZ O VERBO AMAR"

Até ontem

Ana Rosa




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