O NOSSO POEMA
Amai-me senhor;
Como se vos presenteasse meu corpo
Num encorpado odor de vinho forte
Que, pelas paredes de vosso copo, sobe!
Com ideais vagueando a rumos do norte
Amai-me amarrada e trespassada, a um velho poste
Para que de vós nunca esqueça tamanho ódio!...
Amar-vos-ei senhora,
Com rosas que porei em vossos caminhos.
Acalmarei assim, vosso irado delírio
--Também as flores, senhora amada, minha,
Têm no caule a dor do espinho!
Para que sinteis em vosso íntimo a dor do corte
De vosso efémero destino...
Sereis para mim, muito mais que mera consorte
Entregai-vos a mim senhora minha
Espero-vos para além da morte!
Minh'alma senhor,
Está cravejada de espinhos
Que vós fizesteis brotar em meus caminhos
Sangra o meu espírito magoado por vós
Nesta promiscuidade dolorosa e sincera...
Dos nossos caminhos dados à sorte
De onde já nada se espera
Quero ouvir o auge do grito vosso
Inundar de sangue a primavera
Da terra, erguer-se-á a semente da morte
Que vos trará à minha beira, para sempre
De forma eterna...
Até Ontem
Ana Rosa
&
Adhemar Navas
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