sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

MORRER POR TI







Morrer Por Ti

Quantas vezes morri, à sombra de ti
Afagando tua insegurança
Enquanto te ressuscitavas em meus braços
Amenizando teus traços de duro e fundido aço
Nas horas intervaladas, entre lembranças
Vibravas entre meus dedos repletos de asas
E voávamos entre as cores da voracidade
O amor tomava forma, em proibidos vocábulos
Que no silêncio de nossas bocas nadava!
Na exaltação ereta de divindade de barro moldado
Questionavas-me se eu sabia;
O que significava um sorriso triste,
No centro do abandono em terra molhada!
Um amargo olhar crispado de cansaço!
Se eu sabia, o que eram esferas de fogo,
 Incandescente no ardor do teu caos, por mim apagado
Jazendo na cinza das águas!
Eu, respondia-te por gestos repetidos, 
Num silêncio de reticências
A tantas coisa que nunca me perguntavas!
Amnistia, suave toque de palmas
Dentro e fora do compasso...
Depois, quando de mim, te partias na noite,
Ardias-me nas lágrimas feridas p'lo mundo
E, perguntava eu; 
Se alguma vez morrerias por mim, como morri por ti!
E, se me ressuscitarias em teus braços, 
Na exaltação divina de barro moldado!...

Até Ontem

Ana Rosa Cruz

Conceição Ana Rosa Cruz

Arte: Gowa Borg







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