quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Demora-te em Mim




DEMORA-TE EM MIM

Demora-te em mim meu amor
Despe-me;
Com o silêncio dos teus dedos
Beija-me com tua demora
Estes meus lábios dormentes
Demora-te em mim mais um momento;
Molda-me à tua imagem,
Como se me moldasses em areia molhada
Acaricia-me com teus dedos levemente
Como se eu fora areia quente
Entrego-te minha chave
Abre a minha intimidade
Encontrarás em mim um poema vivo
Com corpo e alma.
Rosa alva, pronta a ser desfolhada
Declama o poema que de mim tomaste
Tua serei eternamente
Em todas as infinitas alvoradas!
De ti estou sequiosa
Vem matar minha sede
Neste belo e grande momento
Degustaremos o néctar dos Deuses.
Que se misturem nossos cheiros
Acaricia com ternura;
Meus longos cabelos negros
Explora os meus segredos
Há muito que te espero
Para que todos os desvendes.
Nesse teu retido beijo
Sinto o teu ansioso desejo
Preciso do teu corpo junto ao meu
Nosso clímax será verdadeiro apogeu
Com música da lira de Orfeu
Demora-te ao amar-me
Ama-me como onda do mar
Onda que vem e vai, vem e vai
Quando saciados nossos desejos;
Demora-te em mim um pouco mais
Ainda nos resta tempo
Para nos esvairmos em beijos.
Mesmo cansados, demora-te em mim.
Deita a cabeça em meus seios molhados
Bebe neles todo o sabor salgado
Do suor de nossos corpos excitados
Rostos ruborizados repletos de felicidade
Ao amarmo-nos desta forma
Aos deuses fica provado
Que nosso amor é arte!

Até Ontem

Ana Rosa Cruz



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