domingo, 10 de abril de 2016

Poema Vagabundo






POEMA VAGABUNDO

Somente nasci...
Como mero poema!
Um entre tantos outros
Que p'lo mundo vagueiam
Sem eira nem beira
Murmúrio monástico de silêncio
Choro, como leve queixume
Que arrebata lágrima invisível
Sustida por coragem faltar.

Sorriso jovial 
Que se desvanece como poeira
Essência volátil que invade a alma
Mestria em queda livre.
Arte sem artifício
Ansias que entre os homens,
Encurtam distâncias
Chama que ressuscita
Palavras moribundas

Um súbito bater de asas
Anuncia a primavera
Verdadeiro perfume,
Que advém de mágica janela
Cardume de letras
Que dão real forma 
Ao atlas da linguagem!

A carne se espicaça
Como se palavra, fosse arma
Raiva letal que fere,
Entristece e também mata

Sou passado, presente e futuro
Abastança e fome
Felicidade ou sofrimento
Verdadeiro vagabundo, sem rumo
Ocupo um curto espaço na vida
Procuro dar-lhe sentido
Sou luz e chama do mundo
Lembrança e esquecimento
Sobre mim mesmo medito

À luz do velho candeeiro
Quem de mim, faz sua escrita
Seja prosa ou poesia
Nada mais precisa na vida

Até ontem

Ana Rosa





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