quarta-feira, 20 de abril de 2016

Espada






ESPADA

Olhar crítico de guerreiro
Que volta uma página marcada
Cuja leitura deixou pendente
Língua afiada como espada
Corta os espaços frios de silêncio.
Afaga a dor da palavra que em si arde
Aconchega-se na sua lembrança
A solidão o invade por dentro
Inquietante desassossego 
De não clamar o medo.

Acorrentam-se as palavras
Com doloroso sentimento
Com roucos gritos de silêncio
Professa-se dolorosa castidade
De escrito inacabado
E tudo se acaba... 
No vazio da última sílaba
O chamar, como fúnebre sentir
Declamando um poema sem termo
Sendo ele, o termo dele mesmo...
Calou-se a palavra
Chegou a era do silêncio

Até ontem

Ana Rosa




Sem comentários:

Enviar um comentário