quarta-feira, 25 de novembro de 2020

ADN



ADN

(...) Sou um ADN isolado, estranha forma de vida ...
Sem um unico parente vivo,
que genéticamente comprove,
que minha existência ainda respira!...
Um indigente, um anti-corpo resistente,
mutilado p'la vida!
Talvez um assintomático, um sobrevivente,
que mais me dava, que exigia!
Dizem entendidos em miséria,
ser secundário efeito,
a um e qualquer um medicamento,
aplicado em apertadas medidas de profilaxia!
Ou desconhecida vacina
que alguém administrou,
aprisionando mais que nunca,
suspiros mortais, dentro da própria vida!
Era uma alegoria gerada no desfastio,
raiz do medo abnegada, entre a sede, fome e frio,
Mirrada sem vida,
que a terra não abraçou, de tão ressequida ...
Sempre acreditei, em todas as verdades
que me vendiam!
... Eram caras!... Adquiria só as que podia!
Embora cedo entendesse,
que pouca diferença havia,
entre o profilático e a proliláxia!...
E ao questionar-me também,
sob as sementes do paradoxo,
Deduzi que tais,
nunca germinaram, nem germinariam!...
As verdades, sempre aleijaram a carnadura!
As julgo anémicas! ...De baixos niveis de hemoglobina!
Por tal razão;
... optei por fechar os olhos ...
... para aprender o viver na mentira!... (...)

Ana Rosa 

Cruz


Arte Thomas Dood 


 

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