Um dia de cada vez
(...) Minha vida nunca foi fácil!
Sem que alguém me ensinasse,
soube sempre mais do que deveria saber...
Sempre vi mais do que era suposto ver...
Nunca tive nada, mas tive tudo
o que não deveria ter...
Sempre ouvi mais do que deveria ouvir,
de quem não parava de lamentar e questionar;
O que seria de mim um dia!
Como uma condenada, sentenciada,
sem antes ter sido ouvida...
Todas as noites me deitava morta...
Com a alma e mortalha, encomendada
No dia seguinte ressuscitava e
de novo, tudo recomeçava,
Morrendo lentamente a cada hora
Que por mim passava! (...)
Ana Rosa Cruz
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